Wednesday, April 26, 2006

solidão calcinada - finalista do Prêmio SESC 2005

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Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2.005
Romance
“Hoje está um dia morto”
Autor: André de Leones,
26 anos, de Silvânia, GO


FRAGMENTO DO ROMANCE
"SOLIDÃO CALCINADA"


- finalista do prêmio Sesc 2005:
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Sempre que pensava em Pietra via cenários antigos e rosas murchas em tapetes brancos, carruagens afastando-se meio à névoa, um espinho lacerando o dedo de uma donzela. Cenas de clássicos antigos, e sentia um nó na garganta. A mãe Serena, era uma figura em um cavalo, com um escudo invisível de segredos, uma lança apontada para o infinito, os cabelos soltos espalhados pela roupa transparente branca.
Ela era um Quixote moderno, uma deusa que Cervantes narraria com precisão e delírio. Ela não era Dulcinéia. Ela era o presságio daquilo que as mulheres se tornariam: As lutadoras do terceiro milênio, um sonho guardado na fenda dos seios, aquecido pelo coração.
Serena era a beleza mais nítida, ela inaugurava o anti-romantismo, cravando em nosso tempo uma nova estátua, não mais Vênus de Milo, mas uma Diana, caçadora, audaz, cristalina e eternamente bela. Sentia saudades de Esperança, a avó Esperança, a mais normal das criaturas, a única que via os dias como esta gente comum que se levanta e vive e domina a rotina e não reclama. Ter uma avó normal permitiu à Bárbara viver, e crescer e ser alguém que sabe do porto seguro, da normalidade das horas. Esperança quieta como estes céus de inverno onde tudo brilha em silêncio espectral. Ela nunca saía de seu ritmo e quase nunca falava, só falava quando a neta precisava de carinho. Ou falava quando era outono, como se o sol frágil, a ausência de flores fosse preenchida pela necessidade de revelar a saudade...
BÁRBARA LIA

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