Sunday, July 02, 2006

a esfinge na névoa







































"...e lui tornera´ ad Itaca"
Giuseppe Medagli


A ESFINGE NA NÉVOA


Quando a alma
fala
já não fala a alma.
Se o corpo é sua escada
a língua é por onde
ela escapa?

Jamais sairemos
desse labirinto
de falsos silêncios;
Então, por que não cantamos
enquanto afundamos?

Ou por que não nos calamos,
até o fim da névoa
do labirinto
e do silêncio torpe?...

Se a canção da Ursa Maior
não nos alcança,
afundar no canto ausente
das sereias de antes,

e apesar da vitória
deste abismo em nós
de nossa secreta Ítaca
não estamos tão distantes.

Ítaca dentro de nós:
A torre, a amada a fiar o manto,
o cão cego e fiel,
a mesa, o vinho...

Ítaca – a felicidade-
escondida no mar de abismos
e nos labirintos de sal
- nossa casa-alma:
Esfinge na névoa
que sempre encontramos
no final.

BÁRBARA LIA / MARCELO ARIEL




Escrevi este poema em parceria com Marcelo Ariel - escritor e filósofo que conheci quando ele me escreveu solicitando alguns poemas para o site da Livraria Pagu de Santos. Marcelo Ariel me propôs e eu aceitei, tenho dificuldade para escrever em dupla, mas, estou aprendendo.

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