Monday, April 30, 2007
A ÚLTIMA CHUVA
Convite
LANÇAMENTO DO LIVRO
"A ÚLTIMA CHUVA"
Poesias
Bárbara Lia
Coleção ME-18
Mulheres Emergentes Edições Alternativas
(Belo Horizonte - MG) - 2.007
dia 08/05 - 20h
MERCEARIA SÃO PEDRO
Rua Rodésia, 34
Vila Madalena - São Paulo
fone (11) 3815.7200
http://www.merceariasaopedro.com.br/
Sunday, April 29, 2007
MANDEM-ME CARTAS!
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Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém:
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida.
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma prá sentir
A dos poetas também!
Ana Mestre surpreendeu-me com uma carta e um CD de Mariza - Fado em mim, que tem a canção acima. Sinto saudades de cartas, de correspondências que não mais existem, agora são teclas, sem a digital gráfica, e a letra dela tão redonda e linda, a menina de Évora, e o pequeno jardim desenhado no final, pois ela estuda paisagismo. Junto com o abecedário tecido nesta ferramenta nossa - a palavra, dança a essência, é como se aproximar da alma. Mandem-me cartas!
Saturday, April 28, 2007
A VIDA É LIQUIDA
a Jamil Snege
É crua a Vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturnos pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.
Hilda Hilst
Uma poeta genial, dedica uma poesia a um escritor genial.
... colei do site que visitei e fico relendo tudo que encontro
da Hilda Hilst e da Orides Fontela.
Uma entrevista no site cronópios - Hilda Hilst entrevistada
por Pedro Maciel.
http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=2324
IGREJA UNIVERSAL E LEI ROUANET
Thursday, April 26, 2007
beber a água
mais funda do teu ser
-se a luz é tanta,
como se pode morrer?
Eugénio de Andrade
Vê as janelas entreabertas,
cortinas de renda,
dentro uma luz difusa?
Vê as estrelas escondidas
atrás das nuvens ralas?
Vê por entre a água cristalina
os peixes valsando claros,
vermelhos, cinzas,
incandescentes?
Quero olhar-te assim
- vida inteira -
e ver no fundo de tua alma
esta dança de peixes,
lâmpadas e estrelas.
BÁRBARA LIA
Wednesday, April 25, 2007
CÉU FULIGEM
Picasso
era de aquarius
de cabelos de vidro
máscara azul
sapatilha de areias
pisa o milênio
sutil e solene
nuvens negras
o oriente geme
Krishna, Allah e os astros
nos deserdaram
estrelas apagadas
em um céu de fuligem
entre os cães e as carnes
de crianças do Iraque
uma lágrima rasga
em cicatriz, o poeta
(na selva-relva
acordes & solidão)
15.05.05
BÁRBARA LIA
(O sal das rosas - p. 21
Lumme Editor, 2.007
info@lummeeditor.com)
Tuesday, April 24, 2007
NOITES DE AREIA
Geleiras sonham ser montanhas.
Montanhas sonham ser céu.
Acima de picos nevados
reside a verdade:
Anjos em cidades de gelo.
Chuva de diamantes
engendradas por estrelas
quedam no vazio.*
Rede de arrasto de poetas
garimpam as esferas.
Aos mortais comuns
Deus mostra
apenas uma vez a face.
Sem Deus, impossível
chegar ao coração estriado
de Heras em ciranda.
Resta a esperança
- anjo de areia –
que nunca conheceu o desejo
e não sabe
como em mim incendeia
a fina fibra da flor
cada poro em amor
quando a lua beija
e goza entre as pétalas
do éden que te pertence.
(* texto em itálico, reescrito a partir da leitura
Técnica: óleo sobre tela
Autoria: Ana Luisa Kaminski
Saturday, April 21, 2007
ORIDES FONTELA
Numa hora
secreta
as águas
dormem
(rios detidos
fontes inertes
introvertido oceano)
numa hora
impossível
cessa o
fluxo
e eis a
estrela: amor
cristalizado
ORIDES FONTELA
(1.940-1998)
Thursday, April 19, 2007
MULHERES EMERGENTES - 18 ANOS
Tuesday, April 17, 2007
FREI TITO DE ALENCAR LIMA
Tito de Alencar Lima (14/9/1945 - 10/8/1974)
Quando secar o rio da minha infância
secará toda dor.
Quando os regatos límpidos de meu ser secarem
minh'alma perderá sua força.
Buscarei, então, pastagens distantes
- lá onde o ódio não tem teto para repousar.
Ali erguerei uma tenda junto aos bosques.
Todas as tardes me deitarei na relva
e nos dias silenciosos, farei minha oração.
Meu eterno canto de amor:
expressão pura da minha mais profunda angústia.
Nos dias primaverís, colherei flores
para meu jardim da saudade.
Assim, externarei a lembrança de um passado sombrio.
Paris, 12 de outubro de 1.972
- Frei Tito
(pg. 257 - Batismo de Sangue - Frei Betto -
dossiê - VI. Tito, a paixão)
"A VIDA SUPERA A FICÇÃO"
- filme de Helvécio Ratton estréia – 20 de abril.
Este filme fala sobretudo da vida de Frei Tito, a irmã que o visitou na França, na volta diz – Tito já está morto. A primavera evoca o torturador, cada vez que ouve a palavra fleur, Fleury vem à lembrança. O cão torturador que exigia que Tito beijasse sua mão como se ele fosse Deus, e que pedia para que Tito abrisse a boca para a hóstia, e eletrocutava sua língua. Tito estava na lista dos prisioneiros políticos que foram soltos em troca do Embaixador da Suíça. Banido do país, não sobreviveu ao que lhe haviam feito. O que lhe foi dito na sucursal do inferno – já que não podemos quebrar teu corpo, vamos quebrar tua alma. Tito morreu na França, aos vinte e oito anos, pendurando uma corda em um álamo que existia no lugar que ele vivia L’Arbresle, e saltando para sua libertação. Quando seu amigo Frei Betto visitou seu túmulo em 1.980, a inscrição que existia escancarava a realidade da morte de Tito, na sua cruz a inscrição:
“Frei da Província do Brasil. Encarcerado, torturado, banido, atormentado... até a morte por ter proclamado o Evangelho, lutando pela libertação de seus irmãos. Tito descansa nesta terra estrangeira. “Digo-vos que, se os discípulos se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19, 40).
Quando li “Batismo de Sangue” há muito tempo atrás, percebi na narrativa de Frei Betto o desejo de contar a vida de Tito, seu calvário, a sua morte precoce. Mais que a história de Marighela, da participação dos dominicanos nos episódios que encadearam a morte de Marighela e a prisão de todos eles. Batismo de Sangue vai falar de uma vida, uma bela vida, de um menino cearense, de uma alma triturada, realidade que supera a ficção.
Frei Betto fala sobre o filme:
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6499
site do filme:
http://www.batismodesangue.com.br/
PALCOS DE VIDRO
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Isadora Duncan
Tudo será
capaz de ferir.
Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.
Orides Fontela
Para lembrar minha letra
escrevo na madrugada
redonda letra lúcida
- freio o frêmito –
Imploro ao Deus DJ
que desça deste palco
e me ensine a dançar:
“são dois pra lá
dois pra cá”
Cessar esta alucinada ópera
-minha vida-
em palcos de vidro
as sapatilhas esgarçadas
nudez morena
sob tules rasgados
em delírio
dentro da 5ª Sinfonia.
BÁRBARA LIA
Monday, April 16, 2007
CACTO & JASMIM
Busco equilíbrio entre o cacto e o jasmim.
Silêncio abissal de desertos.
Ruidosa rua de pedras.
Sou sempre: solidão ou multidão.
A voz cristal de Deus me apavora.
Meu coração uma gruta:
Com espinhos de cactos.
Com perfume de jasmins.
No varal da alma
o aviso:
LADY SOL
Por invejar a solidão
Da concha,
CHÁ PARA AS BORBOLETAS
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Janela - espelho meu.
Fragrância de almíscar selvagem
me violenta.
Menino com aura violeta.
Jovem com juba desgrenhada.
Velocidade lenta.
Garganta do poço este túnel cinza,
onde trafego dias.
Penso na infância, sombra
dos eucaliptos, recanto secreto
onde eu servia chá às borboletas.
BÁRBARA LIA
- Chá para as borboletas - edição artesanal do autor.
- ilustração Ane Fiúza.
BEM-TE-VI
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Ramagem arranha janela.
Sonho: Aeroporto fantasma.
Espíritos de náufragos do Titanic.
Ku Klux Kan ateando fogo ao enforcado.
Sequência horripilante:
A mulher sem olhos na cama,
entre lençóis úmidos de chuva.
Acordo com o bem-te-vi
na manhã de sol
na mesma paisagem.
BÁRBARA LIA
- O sorriso de Leonardo - Kafka ed., 2.004
Friday, April 13, 2007
MARCIO DAVIE CLAUDINO
Claude Monet
ESTUDO PARA UM JARDIM DE ANIMAIS TRISTES
“Mas tira essa gente invisível que ronda a minha casa!"
(Federico García Lorca)
Um lobo
Quem
te acompanha à tua porta
em vigílias extremas
faz esperas em teu jardim de bichos e flores tristes
E se enoturna de magnólias
e se cobre de relvas
tomba a sua sombra
em canteiros com sede
Espreita entre madressilvas
e idiomas de pintassilgos.
De tua tristeza em olho d’àgua
faz-se arroio
E se transforma em silêncios e outonos
e se alumbra na tua ausência
e se corta com cacos de teus vitrais?
A selva dos desejos
Quem te iludiu e entrou contigo
na selva dos desejos
na cama azulada de sanhaços
invadiu a nossa casa
e fez noites que se entreolham
em espelhos profundos?
Ressurreição
E me ofertas esta taça de ódio!
E me ofertas esta malícia de delícias!
Sevicias o meu pranto!
E me coroas com o cilício do silêncio!
Mas replantando em teu jardim
semeio canteiros noturnos de jasmins
freio auroras para te admirar na janela.
Tu que não me ouves porque és nuvem.
Tu que não me falas porque sou árvore.
Reencanto
Sou todo outono.
Espero a primavera para que voltes.
Terás virtudes de idades maduras,
terei silêncios de lonjuras para te contar
de juventudes idas em agosto.
O prodígio, a festa
Havia rosas na chuva
sob o portão da nossa casa.
Cascas de arroz pelo chão,
calendários, sermões, letras mortas;
editais pregados nas paredes,
recuerdos, datas e aniversários.
Agora a letra viva
aclama e canta em festa o dia da volta
pródiga, agradece
(Um lobo arisco se afasta
arrastando na boca um pedaço de crepúsculo;
contra o albedo da lua vidra o olho
refletido em cacos de vitrais).
Epitáfio
Em nossa casa rodeiam-nos os vivos
que chegam com palmas e ofertórios.
E eu leio alto com tremuras na voz:
“Porque o amor é forte como a morte
e duro como a lápide”
(Um raio cortado de sol mágico fende a janela,
tu repartes os cabelos da boneca e me acordas com um beijo).
Márcio Davie Claudino
(O sátiro se retirou para um canto escuro e chorou
Imprensa Oficial, 2.007
SEEC - Paraná)
KAMCHATKA
http://www.vejosaojose.com.br/barbaralia.htm
Wednesday, April 11, 2007
GABRIELA (Rodrigo Madeira)
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Tuesday, April 10, 2007
FLÁVIO DEALMEIDA
Monday, April 09, 2007
GERMINA LITERATURA & CAIOWAS
http://caiowas.podomatic.com/entry/2007-03-31T19_10_52-07_00
Sunday, April 08, 2007
OZIAS FILHO
ANA MESTRE
Ana Mestre
minha amiga do Alentejo
Gotas de limão à flor da pele
Chuva agressiva no vidro da janela,
no telhado...
Música no rádio que me acalma.
Um toque de Jazz, um saxofone
que me entra no ouvido como aguas calmas a cair,
na fonte.
Um fio de estrelas,
flores de algodão,
gotas de limão à flor da pele.
Grãos de açucar na ponta dos dedos,
entranhados nas unhas, cravados na pele.
Gotas de sei lá o quê a bater,
a ficar, a escorrer......
a desfazer os grãos de açucar.
Cristais de gelo nos meus olhos.
Derretem, descem por mim,
congelam de novo a tocar no peito.
Alma de malagueta, que sentes na minha lingua
quando me beijas.
Dispo-me devagar,
de olhos fechados,
a sentir cada milímetro da minha propria pele.
Chuva no rosto,
abraço teu,
múrmurios...
Chuva agressiva no vidro da janela,
no telhado...
Mãos negras dedilhando notas,
saxofone, jazz...
Um fio de estrelas,
Violetas e negras tulipas,
gotas de limão à flor da pele.
ANA MESTRE
www.dflyworld.blogspot.com
LILLIAN HELLMAN
Saturday, April 07, 2007
MEU FILHO MINHA FILHA
"...Meus poemas buscam entender a dor e a alegria dessa criação difícil, desafiadora.
Uso a linguagem que um dia desejei ouvir de meus pais, também separados. Não acredito que o silêncio ou uma imagem seja melhor do que a palavra. O silêncio só começa depois da palavra. É uma recompensa por ter dito, não uma desculpa para não tentar."
Fabrício Carpinejar
REBECCA LOISE
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Que pudesse existir no dia 16 de Junho de 1904 nem que por três minutos no livro “Ulisses” foi a sua primeira súplica. Sabia que pedir para ser Leopold Bloom, o anti-herói do livro de Joyce, não era para ele - o jovem de um pulmão só. E agora cogitava sobre se nasceu com dois pulmões ou se perdeu um deles vivendo demais. Aproveitou para culpar o vazio no peito pela ausência de pulmão. E antes que pudesse ocupar sua mente pensando em outra prece, começou a sentir dores. Dores! Dores!
Contorcia-se como conseguia no espaço que mal cabia seu traseiro. Por se desequilibrar em meio às pedras, lembrou-se de que o vento era o único apoio do seu tronco e reuniu todas as dores na sua pupila dilatada num susto. A imagem estranha do seu corpo morto caído no chão se pintou duas vezes enquanto procurava sentir a dor até a última fisgada. Não sabia de onde vinham aquelas dores e lembrava de como a dor do vazio no peito era menor. Rogou uma coragem maior, ou simplesmente: coragem para apagar o cigarro no seu próprio olho. Talvez sendo cego fosse mais feliz, ou menos triste, porque uma sensação iria embora e a respiração tornar-se-ia mais fácil, ou menos complicada.
Engraçado foi o sorriso que apareceu na boca dele só de ele imaginar numa dor feito cócegas. E as cócegas fizeram-no lembrar dos dedos dela na barriga dele, depois nas costas, depois nos cabelos compridos dele, depois lembrou da boca dela no pescoço dele, depois ela rindo da cara de bobo dele, depois ela dormindo nua, mas delicada, depois ele se esquecendo num sono que bem podia ser a morte.
Ela roubou o último pensamento dele – morto, caído, corpo – e devolveu o castanho das pupilas antes dilatadas e mergulhadas num quase preto total. Imaginar o som da voz da menina dele também doía, mas era como sentir a saudade da primavera estando no inverno; ele achava bonito. O corpo estremecia e o coração se preparava para congelar quando um vento gélido veio acariciar suas costas. Riu um riso tremido e se sentiu menos só quando viu alguém atravessando em trocas rápidas de pernas a rua à sua frente. Acabou o riso em menos de dois segundos por sentir inveja daquele alguém que parecia ser feito de um começo certo e que parecia ter uma direção. Mais dores por ainda não ter se acostumado com a felicidade efêmera! Por muito pouco não pulou do muro para seguir o mesmo rumo: recordou-se da sua incapacidade de acompanhar os passos desesperados do alguém. Não que ele não fosse desesperado, ele era - e muito -, aliás, ele era o próprio desespero, mas era também o jovem de um pulmão só e isso lhe tirava o poder de caminhar feito os alguéns de começo certo e com destino.
Acendeu outro cigarro para ver, ainda, se o medo de altura fosse embora com a fumaça.
O pensamento a esmo fisgou sua mente quando a brasa do filtro do cigarro fez queimar seu dedo. Ele sempre se esquecia. Arriscar-se a lembrar do pensamento que o fazia morrer por algumas estações era como perseguir o sopro da sua menina no pescoço dele, num quarto escuro – inútil.
O-so-pro-da-me-ni-na-no-pes-co-ço-de-le. Ah! Agora o riso ganhou temperatura e ele desatou a gargalhar. Era a segunda vez que lembrava dela na noite e a terceira vez que se lembrava dela desde quando a deixou dormindo na poltrona do cinema, na última sessão de anteontem. O medo de estar amando era pior que o medo de altura: cigarro nenhum disfarçava. Ele achava graça porque era uma sensação de ter alguém dentro, como se quase completasse o lugar vazio no peito. Era estranhamente bonito ouvir o riso dele mergulhando a imaginação nela, em toda ela. Mas o ver gargalhando era pavoroso: havia um terror na face. Talvez ele tivesse medo, também, de não sentir mais as dores. Ele não saberia se ser sem elas.
Felicidade efêmera de novo e de novo: o medo de amar se fundiu com o medo de nunca mais a ver e o riso se apagou, perdendo o desenho do corpo dela. Dores! Dores! E, mais do que sempre, sentia o frio, a falta de apoio das costas e a vontade de existir no dia 16 de Junho de 1904 do livro de Joyce.
Wednesday, April 04, 2007
HOMENAGEM A CHICO BUARQUE
O vaso de alabastro
derrama poemas.
Eu, uma Madalena,
descalça e maltrapilha,
prostituída,
corpo rasgado
de saudades
de um lugar,
onde existia
apenas um sonho,
no sonho
apenas um amor,
e neste amor,
todo o poema.
Em meus braços
vaso de alabastro
nele:
água cristalina,
alephs,
girassóis,
arco-íris
a pele dele,
olhar de estrelas
escondidas.
Sou uma Madalena
humana e pequena,
pisando pedras
derramando poemas.
Chico Buarque
Se uma nunca tem sorriso
Tuesday, April 03, 2007
EZRA POUND
Desde março de 2006, um grupo de pessoas interessadas em poesia, entre poetas, tradutores, músicos, artistas de um modo geral, reune-se regularmente uma vez por semana para ler e discutir os célebres The Cantos, do poeta norte-americano Ezra Pound. Passado um ano, concluída a leitura dos 30 primeiros Cantos (A Draft of XXX Cantos), o grupo resolveu comemorar tal cometimento com uma leitura pública, com Bárbara Kierchner, Keila Kern, Ana Madureira, Ieda Godoy, Octavio Camargo, Rodolfo Jaruga, Paulo Bearzoti e Marcelo Sandmann. Venha ser apresentado a um texto exigente e provocativo de um poeta radical, polêmico e incontornável como Pound.
entrada R$ 1,99
La nave va...
Um dedo de prosa
Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...
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Amedeo Modigliani Paris e um amor Ode de absinto E dança A voz de Piaf acorda As pedras de um beco: “C'est lui pour moi Moi pour lui...
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Serviço: Lançamento da 2a. Temporada da websérie Pássaros Ruins Data: 11/09/2016 - Domingo Local: Cinemateca de Curiti...
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INSÔNIA Este é o século da nossa insônia Mentes plugadas em telas isonômicas Longe dos mitos e da cosmogonia Dopados de “soma” e ...
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Louis Garrel _ Cena de "La Belle Personne" de Christophe Honoré "o poeta escreve sobre oceanos que não conhece...
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(Leitura poética de “Trato de Levante”) Livre. O poeta é livre. Canta Neruda com amor revolucionário. Depois que tanto...