Saturday, April 28, 2007

A VIDA É LIQUIDA

I
a Jamil Snege

É crua a Vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturnos pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.


Hilda Hilst

Uma poeta genial, dedica uma poesia a um escritor genial.
... colei do site que visitei e fico relendo tudo que encontro
da Hilda Hilst e da Orides Fontela.
Uma entrevista no site cronópios - Hilda Hilst entrevistada
por Pedro Maciel.
http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=2324

La nave va...

Um dedo de prosa

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