Friday, March 14, 2008

MI VIEJO




1986 - meu pai, o nome dele - Ladercio.

Um nome diferente, e ele era diferente dos

pais que eu via - ele vivia em poesia, um livro

sempre às mãos...





Meu pai beija minha testa, na manhã. Palco do início. Borboleta branca que invade o quarto e se nega a ir embora. Velou o sono da menina por uma noite e na manhã pousou um beijo em minha testa me acordando em susto... Ele despertou a minha alma de poeta ainda no berço, e ronda os meus passos e cuida. Nas solidões dos séculos a infância guarda a bússola, a carta náutica e o mapa celeste. O tempo só é compreendido pelas crianças e o tempo – esse meu tempo de criança – foi preenchido pelas serestas e pela poesia e por uma imensidão de lendas que ele contava e de estrelas nas noites consteladas... Uma trégua, acordar com um beijo branco de um pai que vive em outras esferas.
Bárbara Lia, ainda em Peabiru.

La nave va...

Um dedo de prosa

  Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...