Sunday, July 06, 2008

Poesia morta - Céu Fuligem - Sol Negro










SOL NEGRO


Crucificar a alma da rosa
no caos do sangue
de uma geração
que é sombra em si.

No limiar do céu
a rosa mística
abre apenas
para Beatriz.

Liberar o humano
só quando o Verbo
ungir as catedrais
e os estádios
e molhar as aquarelas
e os palcos
e o negro silêncio profundo
dos megabytes.




POESIA MORTA

inocência morta
lírio em chamas
corvos
vermes
lodaçal
cheiro acre
que atravessa o mundo
feito fumaça
anjos desertores

e rosas chamuscadas
choram
a morte da insana poesia
cavam olhares e bombas e notícias
e o rosto do cavaleiro branquelo
do apocalipse -
olhar de horror fragmentado
que desfaz a poesia em cinzas
-brancas cinzas de areia-
pode que floresçam em rosas do avesso
pode que o fantasma da poesia fique
e pague o preço




CÉU FULIGEM


era de aquarius
de cabelos de vidro
máscara azul
sapatilhas de areias
pisa o milênio
sutil e solene
nuvens negras
o oriente geme
Krishna, Allah e os astros
nos deserdaram
estrelas apagadas
em um céu de fuligem
entre os cães e as carnes
de crianças do Iraque
uma lágrima rasga
em cicatriz, o poeta
(na selva-relva
acordes & solidão)
15.05.2005
.
BÁRBARA LIA
.
Poesias do livro - O sal das rosas - Lumme editor - 2007

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