Tuesday, March 10, 2009

Um poeta em carne viva

Um poeta em carne viva
não cabe
nas reentrâncias simétricas
das mentes obtusas
que desconhecem
os mapas de Tolkien
o barco bêbado de Arthur
a Pasárgada de Bandeira.
.
Um poeta em carne viva
abriga a terrível pulsação
de um coração-estrela
e um silêncio
encravado nas entranhas
como filho bastardo
que nasce
à revelia do seu canto.
.
Um poeta em carne viva
acorda com o poema
escorrendo na pele
e anota rápido o verso-raio
que invade o torpor
de estar vivo.
.
Um poeta em carne viva
pisa as pedras
imaginando-as
seda da China.
.
Um poeta em carne viva
é um louco no tribunal
das almas de chumbo:
culpado sempre.
..
Culpado de ser humano da fala ao falo.
.
Bárbara Lia
Sampa - 13:35 - março precioso.

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