Meu olhar cor da aurora de Latona
torna céu tudo o que ele toca
- pedra, ônix, gesso, mármore –
.
Luto com pedras na ponta dos dedos
Ignoro vozes, burburinho, olhares
Caio no abismo azulado
que de tudo me isola.
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Augusta coroa da solidão
reflete-se na pedra dura
em amantes que não se fitam
a prever a degradante sina – Alienada.
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O Deus que voou levou com ele
minha força, os nenúfares dos meus cabelos
fechou-me no casulo da exclusão
murcharam as flores, o filho no ventre
Murchou meu quinhão de glória
meu sorriso sensual de musa
minha ciranda de alegria
– La Vague –
água que se ergue do nada
e me cobre
e me enterra
e soterra.
Bárbara Lia
..............p/ Camille Claudel