Tuesday, April 06, 2010

Oração a São Dalton da Curitiba impossível, invisível, risível, ou qualquer coisa que o valha...


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São Dalton da Curitiba impossível
Ajuda-me a ignorar os vampiros daltônicos
A atravessar incólume a chuva de cólera
Senta ao meu lado em um coletivo e unge minha testa
Para que eu ouça apenas os belos da cidade insone:
Os Eleotérios das livrarias
As polaquinhas do Passeio
Os pedintes da XV
Aponta o altar onde te benzes contra os anjos do rancor
A lua que escalas nas noites para tornar invisível teu semblante
O elixir que tomas para ignorar quem te usa para 'brilhar' um instante
Guia meus passos até o labirinto da expressão humana
Me ensina a lavar  as sandálias na fonte da compreensão
São Dalton Trevisan das causas sempre ganhas
Dos 77 ais que guardas entre as costelas
Como um antídoto para as facadas dos teus desafetos
São Dalton amigo das violetas nas sacadas
Unta-me apenas de poesia e me esconda do resto
Eu, quase invisível na cidade dos invisíveis
Nesta Curitiba impossível  
De ódios tão pequenos como os enredos escritos para nos ferir
O sol dos contistas de todos os séculos se levante sobre mim
Com a tua força e com aquilo que posso te dar
Um chá sem horário e sem tédio
Pleno de rimas e mariposas
E esta  vibrante camélia entre os meus dedos

Deixo aos teus pés , São Dalton da Curitiba impossível
Por todos os séculos dos séculos... Amém! 

Bárbara Lia


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Só a obra interessa.O autor não vale o personagem. O conto é sempre melhor que o contista. Vampiro sim, de almas.Espião de corações solitários, escorpião de bote armado. Eis o contista. Só invente o vampiro que exista. Com sorte, você adivinha o que não sabe. Para escrever mil novos contos, a vida inteira é curta.Uma história nunca termina. Ela continua depois de você.Um escritor nunca se realiza. A obra é sempre inferior aos sonhos. Fazendo as contas percebe que negou o sonho, traiu a obra, cambiou a vida por nada. O melhor conto só se escreve com tua mão torta, teu avesso, teu coração danado. Todas as histórias, a mesma história, uma nova história.O conto não tem mais fim senão começo. Quem me dera o estilo do suicida em seu último bilhete. (Dalton Trevisan)

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