Tela de Rodrigo de Souza Leão
p/Rodrigo de Souza Leão
Rimbaud te espera
No barco bêbado encalhado
Em um mar crespado de turmalinas
-lágrimas dos poetas-
Nas mãos, duas taças de absinto
Para brindar a vida fera
Dois homens de branco
Ancorados na beleza
A repartir
O fogo santo
O espanto
O canto
O eterno canto
Dos poetas...
-Por delicadeza
Perdi minha vida-
Por delicadeza
Entregamos a vida
Aos escarros
Por delicadeza
Entregamos a carne
Aos caninos ávidos
Por delicadeza
Atravessamos a bruma
Com lírios brancos
Nos braços
Rimbaud sempre à espera
Para brindar
A eterna primavera
Bárbara Lia
Completa hoje um ano sem Rodrigo de Souza Leão. Sem palavras. Recordo apenas que uma das últimas vezes que escrevi pedi autorização para publicar uma tela sua em meu blog. É estranho amar tanto alguém que a gente nunca viu. Ou é mesmo verdade que somos apenas e somente, como disse Maiakóvski...
Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem moradia certa,
fica bem aqui no meio do peito,
mas comigo a anatomia ficou louca,
sou todo coração.
Maiakovski
- Rodrigo foi todo coração e dialoguei com este meu coração cansado por um tempo com o coração eletrizado dele - saudades!