Toulouse-Lautrec
Uma só rosa no meio do inferno é o paraíso.
Eduardo Lourenço escreveu isto, um poeta lusitano.
Uma só rosa!
Rosa sub-rosa extra-rosa proto-rosa magma-rosa ex-rosa.
O furor daquela mulher desabrochou em uma rosa UNA. Os pelos dela nuvem lassa entre as coxas brancas - nuvem caramelo - pelos perfumados qual o coração. Afundava as narinas entre os pequenos lábios abraçado às suas coxas e cheirava como a um alucinógeno - o céu o céu o céu. Afastava a cortina de fogo brando e violava sua flor acesa. O coração trôpego querendo alcançar o céu da boca... Estes são os dias em que as aves se debruçam para olhar uma cena e morrem de infarto. Estouram na calçada, pássaros caídos do nada. Mortos após contemplar a orgia amorosa plena.
- Coreografia do Caos
BÁRBARA LIA
21 gramas/2010