Monday, November 29, 2010

O POETA MORRERÁ!

O poeta morrerá
Às dezoito horas
De um dia fora do tempo
-sem aviso-

O poeta morrerá
Em cada manhã de caos
De pão saturado de suor
De ruas saturadas de rancor

O poeta morrerá
Meio ao comercial
Da loja de colchões

O poeta morrerá -
Uma Pietá a amparar
Suas asas quebradas -

Na penumbra dos umbrais

O poeta morreu
   Poe    Orpheu

(e corvos tão iguais
nos beirais)

Bárbara Lia
Cigarras no Apocalipse
21 gramas/2010

http://edicoes21gramas.blogspot.com/

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