Sunday, February 20, 2011

Lost Zweig



"Nada sobre a terra traz mais pressão ao espírito humano que o vácuo."
do filme Lost Zweig

Li hoje na Gazeta do Povo que a TV Educativa vai implantar a sua nova grade de programas. Finalmente - Provocações - de volta. Roda Viva e outros programas retransmitidos pela TV Cultura - São Paulo. Paulo Vitola o diretor-presidente diz na reportagem - “O estigma persiste embora tenhamos tirado da programação qualquer conteúdo de natureza política. O foco principal é valorizar o bom produto cultural do Paraná”.  
Ontem a TV Educativa e a TV Brasil transmitiram o filme Lost Zweig do diretor Sylvio Back. Vi o filme - novamente - gosto da trilha sonora deste filme (Raul de Souza e Guilherme Vergueiro)  gosto da canção desta cena This world of ours - Marlene Dietrich

 



Lost Zweig narra os últimos dias do escritor austríaco Stefan Zweig (60 anos), autor do famoso livro, “Brasil - País do Futuro”, e sua jovem esposa, Lotte (33). Baseado no livro - Morte no Paraíso - de Albert Dines, roteiro de Sylvio Back e Nicholas O"Neill.

O tema central do filme é a "morte voluntária" presente na trama através  da leitura de Zweig naqueles dias - Montaigne - em livros que sua primeira mulher Friederik enviava. No filme ele vive com Lotte, pobre Lotte, o amor dele segue em memórias e cartas que ele troca com a primeira mulher. Que não é aquela que vai morrer por ele e com ele. Lotte empreende esta viagem. Com a coragem de quem ama ela salta para o abismo eterno, ao lado daquele "que ama mais que a própria vida" conforme confessa em um determinado momento. Assusta meu coração saber que minha infância viveu à sombra de um homem que não admiro - Getúlio Vargas - naquele quadro que meu pai colocou na parede - a carta-testamento - ao ódio respondo com o perdão. O peso de um aniversário que coincide com a data do tiro que ecoava na minha data natalícia. Ter nascido um ano após o suicídio de Vargas. O impasse do escritor austríaco com o governo brasileiro que se nega a agilizar o seu pedido, conceder vistos para judeus que estão em risco na Europa. O mesmo governo que anos antes entregara Olga Benário grávida à Gestapo. A paixão de Zweig pelo paraíso (Brasil) e o encontro que o cineasta Sylvio Back colocou no filme. O improvável encontro entre Orson Welles e o escritor que ele admirava. Liberdade poética do roteiro. Por estarem os dois - coincidentemente - à mesma época no Rio de Janeiro. O suicídio de Zweig é tratado como um gesto poético no filme, por ser um gesto poético. Um ato voluntário de protesto. Muitos protestam entregando a vida, é o suicídio lírico. O mesmo de Bakun. O mesmo de tantos que se incendeiam em praças públicas. Chega um momento em que é preciso interromper a morte lenta.
"Por que somente aquele que é feito em pedaços anseia a perfeição" diz Stefan em um determinado momento.
Gosto imensamente deste filme.



Prêmios de Lost Zweig:

36º FESTIVAL DE BRASÍLIA/2003

“Melhor Atriz” (Ruth Rieser)
“Melhor Roteiro” (Sylvio Back e Nicholas O’Neill)
“Melhor Direção de Arte” (Bárbara Quadros)

7ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES - Seleção Oficial

XXII FESTIVAL CINEMATOGRAFICO INTERNACIONAL DEL URUGUAY/2004 - Seleção Oficial

11º FESTIVAL DE CINEMA DE CUIABÁ/2004

“Melhor Fotografia” (Antonio Luiz Mendes)


14º. CINE-CEARÁ/2004
“Melhor Filme”
“Melhor Diretor” (Sylvio Back)
“Melhor Fotografia” (Antonio Luiz Mendes)
“Melhor Trilha Sonora” (Raul de Souza e Guilherme Vergueiro)



FESTIVAL INTERNACIONAL DO RIO 2004 - Seleção oficial

28ª MOSTRA INTERNACIONAL DE SÃO PAULO/2004 - Seleção oficial

8º FESTIVAL DE CINEMA DE CURITIBA/2004 - Filme convidado para encerramento


14º FESTIVAL DE CINEMA DE NATAL/2004

“Melhor Diretor” (Sylvio Back)


O diretor Sylvio Back fala sobre o filme:

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