Thursday, November 07, 2013

Um poema para Hart Crane



Em Wall Street, dos andaimes até à rua, o meio-dia escorre
Como um rasgão luminoso no acetileno celeste;
_Hart Crane



Crane afogado no mar das Antilhas
Olhos vidrados: duas conchas marinhas
_ Tela onde peixes assistem ao enredo triste _
Um menino desamparado
Um adulto amparado pelo álcool
(A vida é liquida _ disse Hilda Hilst)
Em Crane era liquidez de sonhos e espumas
Assombro diante de pontes
_ Pontes de ferro ou pontes de amor, partidas _
Abandono e amores brutos
No fundo do mar, a solução final

Bárbara Lia

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