Monday, January 27, 2014

o alfabeto dos flamingos e a semente do sol





Procurava o rastro do gafanhoto no fio da toalha. 
A casa da libélula embaixo do travesseiro. 
Procurava na Biblioteca o livro com o alfabeto dos flamingos. 
Procurava no amante ruivo a semente do sol. 
Procurava. 
Procurava. 


Bárbara Lia

Sunday, January 26, 2014

Novidades - 2014 - A Poesia Nossa de Cada Dia, + Antologias

Boa notícia da Confraria Do Vento: já está em elaboração uma edição revista e ampliada do livro "O que é poesia?". Aguardem. 





Ainda neste semestre o lançamento da Antologia - Poetas Paranaenses - Editada pela Biblioteca Publica do Parana. Ademir Demarchi, organizador da antologia, reuniu 101 poetas, em 160 anos do Estado do PR 
Uma entrevista de Ademir no link abaixo:




Noticia de duas antologias e o ano nem ultrapassa janeiro... Salve! Salve! Poesia, sempre.


Saturday, January 25, 2014

Musas de Acetileno


imagem - gosia janik

Um céu / sem estrelas e sem pai: uma água negra
Sylvia Plath


O céu água negra de Plath
Pleno de alegorias fatídicas
Bebês carbonizados e Medusas
Ovelhas de neve na névoa
A balir para a enigmática lua - 
Blasé - com seu capuz de osso

Bárbara Lia

Tuesday, January 14, 2014

O caminho para ""Paraísos"







"Paraísos de Pedra é um livro de memórias da infância e da juventude. São textos curtos em que a escritora Bárbara Lia registra as lembranças de sua meninice em Peabiru e algumas vivências em Curitiba, onde mora hoje. O tom, na maior parte dos contos, é de conversa, de intimidade. Peabiru – e dentro dela, as casas onde a menina Barbara viveu – é um lugar comum, mas mágico para a criança que descobre o mundo."


Ano passado “Paraísos de Pedra” - editado pela Penalux - foi minha estréia em narrativas curtas. Quando penso sobre a publicação de outro livro de contos tudo fica nublado, ou melhor, branco. Dificilmente escrevo contos, mas, por algum tempo eu fiz viagens e viagens a um tempo bem feliz, minha vida em Peabiru dos seis aos quinze anos. Sempre quis registrar a minha odisséia infantil, os meus dias de menina, em uma espécie de homenagem aos meus pais e também a cidade de Peabiru, que eu amo.
Quem desejar o livro, ele se encontra a venda no site da editora: 

Friday, January 03, 2014

Inaugurando 2014



Casa de areia com vista para Aldebaran





Há algo de intransferível no poeta.
Ao homem comum não custa muito mudar os hábitos, mudar de mulher, 
mudar de casa, trocar de carro, de corte de cabelo, de loção.
O poeta não pode mudar seus hábitos.
Segue Universo sem fragmento.
Não pode cortar nada, amputar-se, diluir.
Os homens comuns levam uma vida assim:
Terno, família, futebol, financiamento, férias.
O poeta leva uma vida distinta, plena de diálogos interiores:
- A flor amarela cresceu um pouco mais e segue agarrada ao muro.
- Há dois dias não ouço aquele pássaro que lembra Gardel.
- Morro de pena dos anjos, pois sei que eles nunca dormem.
- Voltei a pensar em Chopin noite e dia e em sua dor de tísico em Nohant... Na dor de perder a amada: aquela mulher-areia - Sand. Aquela que lhe concedeu uma filha emprestada e paraísos de orvalho. Os homens fogem do amor, e com razão...  Quem decifra estes corações com asas? E apenas as mulheres com asas nas artérias seguem inesquecíveis... Chopin que o diga.
Em dias de dor insuportável o poeta pensa: - Ah! Quem dera uma vida morna, um terno lindo, reuniões plenas de gráficos e cafezinhos.
Mal seca as lagrimas, continua assim:

Casa de areia com vista para Aldebaran.

Bárbara Lia

O desencanto mata os centauros brancos...



Terminou de soar na relva a foice do crepúsculo...
Eu sinto hoje uma vontade louca
De mijar, da janela, para a lua. 

Sierguiéi Iessiênin



O desencanto mata os centauros brancos
Quem antes deblaterava contra o negror
Morre branco de dor no Hotel Inglaterra

O desencanto raspa a tintura do poema
Rasga peles à carne viva
Mata meninos na flor da bonança

Os homens desde os Césares até Bush
Os homens desde a antiga Babilônia até USA
Os homens desde a primeira fala até o último ditador
Vestem o desencanto como luva

E havia nele tanto amor!
Morrer não é difícil – ele disse -
Difícil é o ofício de ressuscitar a esperança
Respiração boca a boca em todas as manhãs

Lá vai o menino pelos campos
Infância a caminhar em tábuas rústicas
Molha a lua com seu xixi audacioso

Lá vai o menino pelas ruas
O verso na boca
O coração aos saltos

Em Moscou ama Isadora meio à fumaça
Do "Cão Vadio". Maiakovski, a poesia, a luta
A neve diabolicamente alva de dezembro
A colorir-se de rubra dor
Na parede a mensagem escrita a sangue

Viver é difícil, sim, viver é
Este é teu canto real
Ao qual nenhum poeta escapa
Bárbara Lia

* depois das poesias para as - musas de acetileno - escrevi algumas para os poetas suicidas como Hart Crane e o belo Iessienin... 

La nave va...

Um dedo de prosa

  Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...