Friday, January 09, 2015

Romãs adocicando auroras




















Naquele tempo eu colhia o sol mesmo nos dias tristes
Bastava abrir a tampa negra da bússola seguir a trilha
Agora inverno é cortina que nubla toda luz que sobra
Breve nem mundo ou bússola, soterrados pelo caos

Naquele tempo o aroma de canela nas tardes
Bolinhos de chuva em dias de sol ou temporal
Uma seresta patinando nas ondas do radio
E o estrondar das gargalhadas do pai                               
Retirando da coxia do universo
Uma dúzia de estrelas preguiçosas


Agora mapearam todas as galáxias
E não encontraram o coração de Deus...
Aquele que eu sepultei ao pé da romãzeira
Que trazia dentro dos frutos castos
Uma ninhada de estrelinhas vermelhas

Bárbara Lia
Chá para as borboletas
o livro da infância 
21 gramas

Desenho: Ane Fiúza

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...