Friday, May 29, 2015

CICATRIZ

(Aos presentes em carne e alma, no ataque perpetrado
pelo Governo do Paraná na Praça Nossa Senhora de Salete.
Curitiba, abril de 2015)


O cinegrafista debandou
Ficou o microfone atirado
Em uma sacada qualquer
- O som da fúria -
Apenas o som do horror
E as cores da bandeira:
Nuvens brancas
Verdes árvores
Céu anil de outono
E ela, sim, ela... A Araucária
Que a câmera – estática – grava
Violada em sua essência - Paranaense -
Eu vi uma Araucária encolher-se
Diante das ordens de um carrasco
No Abril massacrado
Enquanto tantos foram humilhados
Atingidos, perseguidos, sangrados
Daqui cem anos, ou mais,
Quando tudo passar e virar História
Haverá uma imperdoável cicatriz
No coração da Araucária

Wednesday, May 27, 2015

Fotogramas da minha loucura



 Fotogramas da minha loucura

I

O nome dele cerrou meus olhos de pedra
O nome dele cegou meus olhos de cão
O nome dele matou todas as estrelas

 Bárbara Lia


Imagem - Francesca Woodman

Tuesday, May 26, 2015

"Respirar" ao pôr do sol...

Algumas imagens da leitura de - Respirar - ao pôr do sol de Jequié, axé e toda alegria:
Adriele Falcão

Elizeu Moreira Paranaguá

Dom Quixote

Guilherme Lopes

Pôr do sol - Jequié (BA)


José Inácio Vieira de Melo
Quando do lançamento do seu livro
- O galope de Ulisses - aqui em Curitiba
trocamos nossos livros recentes, e Respirar
ecoou ao pôr do sol de Jequié, pelas
mãos de José Inácio.
Obrigada!


O Sarau ao Pôr do Sol é a celebração da poesia na cidade de Jequié. É um evento aberto ao público amante da poesia e das diversas manifestações artísticas. O foco principal é a récita e a leitura de poemas de autores consagrados e dos próprios artistas que comparecem ao Sarau. Na primeira edição, o poeta homenageado foi Ruy Espinheira Filho, cidadão jequieense e um dos poetas mais importantes da poesia contemporânea brasileira. Na segunda edição, o homenageado foi o poeta Elizeu Moreira Paranaguá, o Conde dos Lajedos, que esteve presente no evento. Na terceira, foi a vez do poeta Roberval Pereyra, grandioso artista da palavra, residente em Feira de Santana. Nesta última, a homenageada foi Myriam Fraga, dama da poesia baiana, poeta de destaque na literatura brasileira contemporânea. O evento ocorreu no dia 23 de maio de 2015

Na 4ª edição do Sarau ao Pôr do Sol
também A POESIA DE

Alberto Bresciani
Alyne Costa

Bárbara Lia
Douglas de Almeida
Eduardo Lacerda
Helena Soares
Igor Fagundes
Neide Archanjo
Paulo Bastos

Sunday, May 24, 2015

Rattapallax




Sopro do túrgido verão
E o pesado – Rattapallax – do trovão
Wallace Stevens


Melhor que ele nunca saiba
(ela pensou)
O Amor concordou com ela
(em algum lugar)
Tão alto a estrondar no infinito anil
Qual o poeta Wallace Stevens
Pensou o som do trovão:
Rattapallax
Bárbara Lia
(de um livro em construção)

Friday, May 22, 2015

Respirar



sou aquela nuvem
que assombra
de tão inofensiva

entendo
os que se apavoram
com minha alma
escandalosa

sub-rosa
nuvem 
assombrosa

Bárbara Lia (Respirar)

fotografia: Francesca Woodman


Monday, May 18, 2015

vapor das estrelas




Sonhei Paris na primavera
E estou à milhas do Sena
Sonhei ser chão de pedra
E sou o vapor das estrelas

Bárbara Lia





foto by robert doisneau

Thursday, May 14, 2015

Sarau ao Pôr do Sol - Jequié (BA)




O Sarau ao Pôr do Sol é a celebração da poesia na cidade de Jequié, interior da Bahia. É um evento aberto ao público amante da poesia e das diversas manifestações artísticas. O foco principal é a récita e a leitura de poemas de autores consagrados e dos próprios artistas que comparecerem ao Sarau. Na primeira edição, o poeta homenageado foiRuy Espinheira Filho, cidadão jequieense e um dos poetas mais importantes da poesia contemporânea brasileira. Na segunda edição, o homenageado foi o poeta Elizeu Moreira Paranaguá, o Conde dos Lajedos, que esteve presente no evento. Na terceira edição, o poeta baiano Roberval Pereyra. Nesta quarta edição, homenagearemos uma grande poeta baiana, Myriam Fraga.


Coordenador: Paulo Sérgio Lima



Na 4ª edição do Sarau ao Pôr do Sol
teremos também A POESIA DE
Alberto Bresciani
Alyne Costa
Bárbara Lia
Douglas de Almeida
Eduardo Lacerda
Helena Soares
Igor Fagundes
Neide Archanjo
Paulo Bastos


Agradeço imensamente ao poeta José Inácio Vieira de Melo pela inclusão neste time de poetas deste belo evento. 

Wednesday, May 13, 2015

18:00 no bar "O torto" depois do apocalipse - Bárbara Lia


Imagem by Fiero



Meu pai comprava uma Revista com o título X-9. No final sempre uma novela em quadrinhos em capítulos. A Revista era uma das minhas preferidas na infância. Naquele tempo não existia esta censura. Meu neto se policia. Ele só vê programas com tarja verde e aquele L de livre. A gente via tudo como ficção. Talvez aquela cidade sem perigos e a certeza da nossa infância só alegria, deixasse uma espécie de escada para o proibido. Meu pai nunca proibiu minhas leituras, que não eram nada - infantis. Era uma chuva de poemas de Camões e Alan Poe. Era o acesso a livros adultos sem que eu lesse nada em casa apropriado para crianças...  De pueril, só a cartilha da Escola. Apenas lá o mundo era cor de rosa. Na vida real eu ia colhendo a realidade como quem tem fome.
Tudo isto para dizer que vou publicar em um blog, que estava parado, um livro. Uma novela que escrevi no ano em que "esperávamos" pelo apocalipse Maia. A mistura dos meus dias vendo séries policiais na TV e documentários sobre o propalado fim do mundo, isto originou um livro que foi uma espécie de catarse naquele momento... A personagem tem o nome de uma atriz incrível e linda, mas, não vou dizer o nome dela agora... Ela inicia a história sem nome, pois ela sofreu um acidente e perdeu a memória...

Enjoy!

http://soulbarbaralia.blogspot.com.br/2015/05/a-garota-sem-nome-capitulo-i.html

Monday, May 11, 2015

Detesto Exupéry – Nº 1








Detesto Exupéry – Nº 1


Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde,
Três em ponto eu tomo um sonífero forte
Quando chegares meu sono é quase morte
Não desperto nem mesmo com muito alarde

Se tu  vens na primavera, viro ursa e hiberno
Esqueço o calendário e protelo o inverno
Mando dizer que fui para o Polo Norte
E engano o destino, sou moça de sorte

Se vieres adestrado por livros sorridentes
Melhor ficar longe, ou quebro teus dentes
Detesto esta cera perfumada que mascara
A face real do amor - crua e avara


Bárbara Lia


Thursday, May 07, 2015

Venda de Garagem Virtual









Acho as vendas de garagem muito poéticas.
Nunca fiz uma, e gostaria de ter a chance de estender meus objetos sobre uma mesa...
Estendo meus livros sobre a mesa, em uma fictícia garagem.
Ainda tenho exemplares de alguns livros. Neste mês - necesito plata. Gastei demais com minha saúde ano passado, mudei-me... Retomando, quero o ritmo de antes, muita escrita, muita luta, muita Poesia. Aos trancos e barrancos editei - Respirar. Agora, a Poesia segue. Mãos dadas com a Prosa...
Agradeço a quem comprar um dos livros. Os livros ainda não esgotados, a questão é que tenho apenas uns três exemplares de cada... 
Apenas os artesanais posso imprimir  conforme pedidos.
Meu e-mail para contato: barbaralia@gmail.com


Na garagem virtual:

"Respirar"
Poesia
124 páginas
capa - aquarela do artista plástico baiano André Lissonger
ISBN - 978-85-906912-3-5
Este livro marca dez anos da publicação do primeiro livro de poesia
'O sorriso de Leonardo'.

"A flor dentro da árvore"
(2011)
Poesia 
40 páginas
- poemas com títulos que são versos de Emily Dickinson -

Existe uma musicalidade que nasce no interior do silêncio e esta musicalidade está presente neste livro que você, leitor tem em mãos.
Penso que nossa consciência se divide em uma parte que observa e outra parte que vive, nos poemas de Bárbara Lia acontece, uma delicada fusão destas duas partes da consciência, temos aqui uma poética que se alimenta desta fusão e com uma elegante  concisão ata, costura estas duas metades de um eu lírico, que todos no fundo possuem e poucos sabem fazer cantar e florescer num poema que no fundo é como a flor de uma  árvore, que poderíamos sim, chamar de árvore da vida, a poesia seria justamente essa flor, que Bárbara soube tão bem indicar no meio desse misterioso jardim onde cresce a árvore da vida, não é esta flor, uma flor no Ártico como apontou Rimbaud em uma de sua iluminações, é uma flor-árvore que cresce em toda parte, como poderá intuir, quem ler este belo livro.


Marcelo 
Ariel

"Constelação de Ossos"
Romance - Editora Vidráguas (2010) 

**
Livros artesanais
Trilogias: "Rosas em Ruínas" e Al-Andalus

Rosas em ruínas: poemas de amor - Histórias de amor duram o tempo da neve em Curitiba
                                                           Percurso amoroso de uma vândala
                                                           Femme!

Al Andalus: temas diversos - As horas incertas
                                                Jardim Nonsense
                                                O sal da primeira onda 

La nave va...

Um dedo de prosa

  Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...