Saturday, December 24, 2011

fragmentos 2011

janeiro/2011 - Meu primeiro ebook - COREOGRAFIA DO CAOS - publicado no site Germina Literatura




março/2011 - edição do autor
Tem um pássaro cantando dentro de mim



Dia 26 de março, na Fundação Casa do Estudante Universitário do Paraná (CEU), dentro da terceira edição do Ato Poético - Arena de Idéias. Evento organizado por João Andirá... Leitura de Poesias que apresentou poetas locais - Loraine Thais, Adriano Smaniotto, Rafael Walter, Ricardo Pozzo, entre outros...



são francisco do sul - sc - abril/ 2011... eu que não gosto de fotografar ou ser fotografada consegui esta imagem linda...




2 poesias minhas na Antologia - O melhor da festa 3 - Antologia do Festipoa - organização Fernando Ramos - publicação Casa Verde Editora. Contos e Poesias de poetas e escritores convidados do Festipoa 2010/2011. Lançada em Maio/2011 dentro do evento Festipoa Literária.

wonkademia - com ivan justen santana e marilda confortin - maio/2011 - wonka bar - curitiba


QUINTA POÉTICA – 38a edição – 30 de junho de 2011 - evento organizado pelo poeta José Geraldo Neres - Casa das Rosas, ao lado dos poetas Gracco Oliveira (Diadema - SP) e Maiara Gouveia (São Paulo – SP).




Moinho - Ilustração para o primeiro texto de Literatura Infantil - escrevi para meu neto Arthur. Admiro quem desenha e quero aprender esta ARTE.


Congresso de Poesia de Bento Gonçalves - Duas Poesias participaram do Projeto Poesia na Vidraça. A cidade se cobre de poesia durante o evento que acontece todo ano em outubro e é organizado pelo poeta Ademir Antonio Bacca.



Na Feira do Livro de Porto Alegre - Minha poesia - dame el ocaso en una copa - integrou o Código Coletivo - Projeto da Poeta Sandra Santos. A exposição foi realizada anteriormente no Castelinho - Porto Alegre.



com alunos da oitava série do Colégio Estadual Barão do Rio Branco - Assaí - PR



Emocionada, lendo meus versos para a comunidade da cidade onde nasci: Assaí


Nos dias 07 e 08 de Novembro visitei minha cidade natal para participar do encerramento de dois Projetos de Literatura dentro do PDE - Programa da Sec. da Educação, as Professoras Rosana Galassi e Maria Zélia Bezerra Lopes optaram pela Poesia e com um diferencial sublime, optaram por apresentar aos alunos os poetas nascidos na cidade, para aproximar da realidade esta ARTE tão misteriosa. Recebi um email de Maria Zélia, que me descobriu depois de uma publicação do poeta Matheus Hermany, falando sobre minha poesia. Foi a porta para um diálogo que durou meses e me encheu de encanto e energia. Visitei Assaí, há quase trinta anos não visitava minha cidade natal, participei do sarau e da festa de encerramento, visitei o colégio e conversei com alunos que participaram do projeto. Meu amigo Carlos Barros diz que devo escrever um livro sobre isto. Penso que sim. Foi poético, meus primos Chico e Ana vivem em uma chácara, comi jabuticaba e caminhei ao lado do lago artificial onde eles criam peixes, visitei a horta e as plantações. Fomos a Santa Cecília do Pavão, na casa onde viveu meu tio Lupércio, uma saudade ao ver suas fotos e em tudo a exuberante memória do meu pai, aflorando. A visita à segunda esposa do meu tio herói de guerra - Leonercio Soares - que escreveu o livro - Verdades e Vergonhas da FEB. Voltei e conclui um livro que fala do meu velho pai. Agora ele é nome de rua em Assaí, o meu velho pai. Homenagem merecida para quem ajudou a medir as ruas e a dividir a cidade, o que ele fazia em seu ofício de agrimensor. Uma experiência bela. O que o Carlos não sabe é que para falar dos meus eu ficciono. Não sei narrar sem colocar o véu da Literatura. Não quero biografias e nem relatos. Quero sempre tentar banhar em poesia as cenas, a memória, o caminho.








Fechar o ano com a edição de um livro de poesias eróticas  - Até secar o sol - e  - A flor dentro da árvore - Poemas que dialogam com as palavras de Emily Dickinson. Sigo com o Projeto 21 gramas - editar minha própria poesia. Meus poemas mais recentes em um livro inédito com 50 poesias em um concurso. Deixo a maratona de ir em busca de editor para meus romances - 3 livros inéditos à espera de publicação. A poesia eu vou tecendo e imprimindo, artesanalmente ou da forma tradicional. Vinte títulos até aqui, contando com os artesanais.



***

Espero que 2012 traga a todos o começo do Mundo, não o final. Não aguento mais ver os meus canais favoritos - Discovery e History. Lá só se fala de Hitler, discos voadores e do fim do mundo... O mundo, para mim, está perdendo o encanto. Descartam a Poesia - mistério que nutre - para correr em busca dos mistérios que sugam tudo. Não lembro qual cientista ou pensador falou sobre o efeito do pensamento coletivo com relação a estes eventos. Talvez o mundo acabe, sim, não por ser algo definido no coração de Deus ou no alinhamento das estrelas. Talvez o mundo acabe por ser este o pensamento de todos. E eu creio na força do pensamento. Da infinidade de programas que vi, apenas este homem que não tive tempo de anotar seu nome, disse algo com coerência. O pequeno segredo - Somos nós que construímos nosso começo ou nosso fim.
Nos vemos em 2012.

Thursday, December 22, 2011

Monday, December 12, 2011

"letras e/& artes"


Entre 1959 e 1961, Curitiba viu nascer e florescer a polêmica página literária, "letras e/& artes", um marco no jornalismo cultural da capital e da vida literária paranaenses.

Reunindo toda uma geração de jornalistas, escritores, poetas, contistas, críticos de cinema e de teatro, ensaístas, filósofos, e artistas plásticos, o suplemento inovou no estilo de revelar os autores locais, e na forma gráfica de discutir e absorver a cultura brasileira na província.

Publicada aos domingos pelo jornal "Diário do Paraná", órgão pertencente aos Diários Associados, "letras e/& artes", meio século depois, é agora resgatada através de uma inédita edição fac-similar (84 páginas, tamanho do jornal da época, 94x64cm; 04 cores), organizada pelo seu então editor, o cineasta, poeta e escritor, Sylvio Back.

Edição limitada de 500 exemplares, fora do comércio, a coletânea, ora em lançamento, terá ampla distribuição nacional, visando sua fruição em bibliotecas, universidades e academias literárias públicas e privadas, e junto à mídia especializada, a bibliófilos e colecionadores.

O histórico feito vem a lume graças ao prestigioso patrocínio da Itaipu Binancional, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, através do projeto gráfico e editoração de Rita de Cássia Solieri Brandt e de Adriana Salmazo Zavadniak, e da seção paranaense da Biblioteca Pública do Paraná, onde está arquivada a coleção original do jornal.

A capa é de autoria do poeta e artista gráfico mineiro, Guilherme Mansur, com desenho de Manoel Furtado, e a reprodução das páginas são do fotógrafo, Cadi Busatto.

Adiante, extrato do depoimento de Sylvio Back (a íntegra abre a coleção) que, aos 22 anos, durante vinte meses, dirigiu "letras e/& artes" munido da mais ampla liberdade estética e de expressão sancionada pela cúpula do "Diário do Paraná", na pessoa do seu diretor, Adherbal Stresser.

Pela fatura independente e ousada, tanto em matéria de conteúdo, como em sua apresentação gráfico-visual, "letras e/& artes" é um evento cultural jamais igualado na imprensa paranaense.


Suplemento cultural de Curitiba prenuncia os anos ‘60



Sylvio Back



Desde quando nasceu, em 23 de agosto de 1959 até a sua intempestiva interrupção em março de 1961, "letras e/& artes” foi um marco no jornalismo cultural de Curitiba, e na própria vida literária paranaense.

Com sua equipe de jovens autores e formatação gráfica inusual, aliada à contundência dos textos, a histórica página, agora replicada em edição fac-similar fora do comércio, sempre privilegiou a temperatura da arte no Paraná, conflagrando a engessada cultura local (leia-se, curitibana), frequentemente, afeita ao beletrismo e à mimetização do que vinha de fora.

Para dar conta dessa inédita empreitada, "letras e/& artes" tínhamos total liberdade de expressão e opinião. Jamais a editoria foi admoestada ou censurada, nem constrangida a publicar texto não solicitado.

O tônus polêmico da página era cunhado por uma plêiade de artistas plásticos, contistas, poetas, cronistas, críticos de teatro e de cinema, filósofos, historiadores, etc. que, naquele espaço semanal único, encontravam guarida para suas criaturas, muitas delas na contramão do que se produzia e publicava em Curitiba.

Lembro-me bem que as edições dominicais eram avidamente lidas por alguns colaboradores, claro, inclusive, por mim, que ficava ali lambendo a cria ainda de madrugada – na boca da rotativa. Compartilhávamos da alegria dos gráficos que se dedicavam à página, eu diria, quase autoralmente, desde a transcrição e correção dos textos na linotipo até a sua impecável impressão.

Com os dedos ainda lambuzados de tinta fresca, "letras e/& artes", ato contínuo, era curtida nos bares e restaurantes da moda. As discussões e os debates começavam ali mesmo e se estendiam até o amanhecer de domingo, repercutindo depois na cidade pela semana afora.


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Colaboradores ilustres

Na sua breve existência, totalizando oitenta e cinco edições, “letras e/& artes” (inexplicavelmente, às vezes a logomarca saía com “e”, outras, com “&”) conseguiu reunir alguns dos melhores textos de Curitiba naquele crepúsculo da década de cinquenta e cúspide dos sessenta.

Entre outros, compareciam com regularidade assinando ensaios, críticas, poemas e ilustrações, Celina Silveira Luz, Walmor Marcelino, Oscar Milton Volpini, René Dotti, Paulo Gnecco, Helena Wong, Mário Fernando Maranhão, Hélio de Freitas Puglielli, Fernando Pessoa Ferreira, Ênnio Marques Ferreira, Carlos Varassin, Luiz Carlos de Andrade Lima, Regina de Andrade, Paul Garfunkel, Heitor Saldanha, Gilberto Ricardo dos Santos, Adherbal Fortes de Sá Jr., Pedro Geraldo Escosteguy, Manoel Furtado (cujo belo desenho ilustra a capa desta edição fac-similar), Ernani Reichmann, Ivette Gusso Lopes, Alberto Massuda, Francisco Bettega Netto, Mario de Andrade, Vicente Moliterno, Edésio Passos, Erwin Hromada, Jairo Régis, Cecy Cabral Gomes, Assad Amadeu, René Bittencourt, Antenor Pupo, Luiz Geraldo Mazza, Sebastião França, Yvelise Araújo, Nelson Padrella, Mauri Furtado, Roberto Muggiati e Glauco Flores de Sá Brito.

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Textos premonitórios



Frequentemente, as opiniões dos articulistas provocavam furibundas reações da micro-intelectualidade curitibana, quase toda ela de corte aufofágico, incapaz de acreditar nos criadores à sua volta (muitas delas chegavam até a pregar a extinção do suplemento). Para contrabalançar, eu tinha o retorno entusiástico dos leitores expresso em cartas, telefonemas e nas colaborações remetidas à redação.

Ainda que não tivesse nenhum parentesco nem se remetesse ao suplemento “Joaquim”, dirigido pelo então também jovem Dalton Trevisan na década de ‘40, interessante constatar hoje como “letras e/& artes” refletia uma antecipação paroquial dos anos sessenta.

Seu conteúdo estava sintonizado nas discussões nacionais sobre cultura popular, existencialismo, marxismo, arte engajada, a relevância da poesia, da literatura, do teatro e do cinema brasileiros.

Por essas e outras, a redação virtual do “letras e/& artes” sempre fervia de novidades, congregando jornalistas e autores experimentados a dezenas de neófitos (todos indisfarçáveis candidatos a escritor, poeta, crítico, advogado, político, sindicalista e cineasta...).

Com as exceções que confirmam a regra, supinamente radicais, bem ao estilo daqueles tempos ideologizados que começavam a se delinear.





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Dor e orgulho



Havia naquelas edições dominicais a dor e o orgulho do saber da província: produzia-se de e para Curitiba. Não havia o flerte e a reverência ao eixo Rio-São Paulo, ainda que alguns dos nossos maiores, como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, por exemplo, sempre tivessem seus poemas reproduzidos.

Havia, sim, prioritariamente, o reconhecimento da criatividade emergente local que, pela primeira vez, naquela quadra, encontrava espaço pertinente para estrear sua produção.

Arrisco dizer que “letras e/& artes”, pela pegada iconoclasta, e desde então, rotineiramente “esquecido” e omitido pela Curitiba acadêmica como se nunca tivesse existido, só teve ressuscitado seu estilo trinta anos depois pelo mensário “Nicolau” (do qual, aliás, fui assíduo colaborador).

A sua prematura “morte” em 1961, com a minha inesperada demissão do jornal por ser um dos líderes de uma greve salarial, se deixou um vácuo de tristeza entre todos que o fazíamos com tanta paixão, dele sobrevive hoje, meio século depois, uma inestimável fortuna crítica de talento, inconformismo e controvérsia.–



Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista e escritor. Autor de 37 filmes de curta, média e longa-metragem (11), publicou 21 livros (poesia, roteiros, contos e ensaios). Em lançamento nacional, o novo filme, “O Contestado - Restos Mortais”; em filmagem, o doc “O Universo Graciliano”; em preparo, a ficção,“A Angústia”, baseado no romance de Graciliano Ramos.


Saturday, December 10, 2011

Hoje é dia de Emily!




Emily Dickinson, 10 de dezembro de 1830 - 15 de maio de 1886 - Amherst, Massachusetts -
Emily Dickinson e Clarice Lispector nasceram na mesma data. Uma incrível coincidência, as duas escritoras de enigmáticas personalidades, cujas obras fascinam poetas e  escritores e leitores em todo mundo.



Algo existe num dia de verão
No lento apagar de suas chamas
Que me impele a ser solene

Algo, num meio dia de verão,
Uma fundura – Um azul – Uma fragrância,
Que o êxtase transcende.

Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo -

E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trêmulo
E sutil de mim se escape.


Emily Dickinson
Tradução de Lúcia Olinto

Hoje é dia de Clarice



Clarice Lispector! Muitos pensaram em deixar de escrever ao ler sua obra. Jamais chegaremos ao patamar de desnudamento de almas que ela alcançou, como ir camada a camada retirando o véu dos segredos do que é ser humano. Enxergar além, muito além, tocar as magnitudes e o que há de mais reles no ser. De que outra forma ela poderia falar tão dentro, tocar cada fibra dentro da gente, esta dor que a gente esconde de toda a gente, esta pequena vergonha, aquele orgulho engavetado, um amor real naufragado? Tocar o âmago da flor da vida, da aurora de Vênus. Tocar o inalcancável e imperecível.

 ***


Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo entendimento. Clarice Lispector

Friday, December 09, 2011

A última chuva - Bárbara Lia






LAYLA


calçadas molhadas
- uma lâmpada grávida
estremecida de sol
pequeno -
a lembrar
que ainda é verde o trigo.
florirá
amanhã
em sol granulado,
farpas de doçura,
sempre.


DESDÊMONA

Olhou-me como nuvem,
a sugar os vapores
da minha alma.
Por que ele é meu deus,
guardei-o em um lago
onde iago
jamais chegará.



OS LOUCOS QUE EU AMO


Os loucos que eu amo
roubam segredos de estrelas
soprando um vento anis
até desfolhá-la inteira
revelando o papiro da alma.

Os loucos que eu amo
esperam, ouvido colado às colméias,
pelo cio das abelhas
e rezam
para que haja mel
daqui 5 milhões de anos.

Os loucos que eu amo
amam
mais que o visível amor
e vestem a invisível pele
de pétalas desfibradas
das rosas desprezadas.



**



Sepultei dois mortos na última primavera.
Cavei minimamente suas covas brancas,
envolvi em lençóis de linho, com óleos almiscarados.
Jamais voltarei aos seus túmulos.
Eles, que não se sabem mortos,
passeiam por paraísos com gueixas
de anis.




ASAS DE NIETZSCHE

A essência da felicidade é não ter medo.
(Nietzsche)




Em urdidura silenciosa
escondem o pássaro
no crânio branco
-arapuca tétrica-
caveira fria.
Asas em valsa
coloridas de raios
que entram pelos olhos vazados,
e aquecem feito o fogo
e as papoulas
da primeira primavera.

Asas de pluma se ferem
no osso-cárcere - sangram;

asas metafísicas
voam céus de antes.



*



A chuva baila cinza na vidraça
que abre a cidade e
as cicatrizes de concreto.
No mundo não há quem leve,
como eu, este solar crepitar na alma.

Bárbara Lia
Poesias do Livro - A última Chuva - Mulheres Emergentes (MG) 2007

Tuesday, December 06, 2011

Conestabocaenestemundo. "Antología antojadiza sobre poéticas de Mujeres de América"


Bárbara Lia


Em 2007, o blog Conestabocaenestemundo publicou minha poesia "Camino"

Agora - Tristessa - do livro A Última Chuva, poema que as editoras acharam "bonito e interessante na forma, no ritmo"
Esta poesia é minha leitura do livro de Jack Kerouac - Tristessa.




Para ler Tristessa:

Sunday, December 04, 2011

**





É preciso antes de mais nada levantar a casa
Lígia Bojunga




O silêncio dói muito mais na pele do inimigo que o grito.
Karen Debértolis
- 1º verso da poesia "tratado sobre o silêncio"




****



A estrela da tarde

A estrela da tarde está
madura
e sem nenhum perfume

A estrela da tarde é
infecunda
e altíssima


Depois da estrela da tarde
so há:
o silêncio.

Orides Fontela

Emily Dickinson






Nunca me senti em Casa – Cá em baixo –
E nos Aprazíveis Céus
Não me sentirei em Casa – eu sei –
Eu não gosto do Paraíso–

Porque é Domingo – sempre –
E o Recreio – nunca chega –
E o Éden serão solitárias
Claras Tardes de Quarta feira –

Se, ao menos, Deus fizesse visitas –
Ou Sestas –
E deixasse de nos ver – mas dizem
Que Ele – por um Telescópio

Perpétuo nos olha –
Eu própria fugiria
D’Ele – e do Espírito Santo – e de Todos –
Não fosse o “Juízo Final”!

“Esta é a Minha Carta ao Mundo e Outros Poemas”
(tradução de Cecília Rego Pinheiro)

Saturday, December 03, 2011

Constelação de Ossos









A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta é a glória própria de minha condição.
A desistência é uma revelação.
Clarice Lispector



O ANJO D’ÁGUA





Sonhei com o anjo d’água. Desde a infância ele não vinha a mim. Nunca mais seu abraço azul curativo. Eu pressenti o adeus quando o piso, aos poucos, foi virando lago. Um lago azul que só eu via. Só eu sentia a dupla dor: Perder a mãe e o anjo d’água. Ele nunca antes chorara em minha frente. Naquela noite tive certeza de que o anjo d’água era a alma da mãe. O anjo sempre me acudia e consolava e fazia companhia. Se o anjo d’água era ou não a alma da mãe, diluiu com ela. Chorou a noite toda na capela, esvaziou-se em lágrimas. Minha mão a sentir a última gota do anjo a desprender-se. A febre na manhã do enterro por passar a noite toda na capela. Pés molhados na metafísica lago(a)njo – alma da minha mãe.

Aos nove anos as meninas amam roupas de renda, jóias, adornos.

Eu amava o meu vestido rosa alvíssimo:

Tecido de anarruga, corpete simples, gola redonda, saia rodada. O cinto de veludo de um rosa mais escuro que o vestido. Nunca mais o vesti depois que o despi ao final do enterro. Pus entre as toalhas que minha mãe enfeitava com bicos de crochê. Coloquei-o enovelado, amalgamado à toalha branca. O crochê sem concluir como a fixar a verdade da minha vida: Faltava um pedaço do caminho.

Interrompido.

Um fio solto a bailar sempre no ar. Eternamente entre minhas coisas, ainda molhado de anjo. Muitos anos depois sonhei com o anjo d’água. Tão nítido na nave de uma catedral gótica. Tão vívido e líquido e azulado. Acordei com o vento astuto a sacudir a cortina. A fresta da janela concedia a chuva abrupta em meu corpo. Já não tinha forças para estender a mão e fechar o vidro. Desejei que toda a chuva carimbasse uma nova vida. Uma vida na qual eu me tornasse o anjo d’água. A realidade ressuscitou o gosto do ontem na garganta

– uísque com guaraná –

E a força das mãos de Heleno, que me subjugava na hora do sexo.

Sexo.

Sexo apenas.

Seus olhos verdes ejaculados e lascivos presos em mim

– a boneca de pano entorpecida de álcool –

Sopro de ternura em uma curva trouxe a última gota de dignidade. O sexo dele extraído das entranhas ardendo entre as minhas carnes. Pude ouvir o barulho da descarga do banheiro. Era um rito que me deixava triste. Como se ele me despejasse em jatos. Como se eu fosse flor de cacto.

– última fonte de água em uma terra árida – Mas, ele se livrava de mim após saciar a sede. No silêncio das noites iguais um oco em minha alma. E eu buscava a antiga e enterrada ânsia – Um amor que me vivificasse –

As mãos de Heleno na braguilha a terminar de fechar o zíper. O olhar blasé em minha pele chamuscada de desesperança. Não ouvi minha voz, onda leve morrendo, um sopro em si bemol...

– Deixe a chave sobre a mesa da cozinha. Não volte nunca mais!

– Lyn?...

– Você ouviu. Deixe a chave.

– Esquece isto, Lyn, durma.

– Se sair com minha chave conto tudo para tua mulher.

– Duvido!

– Adeus sua mordomia. Vá, Heleno, e não volte nunca mais.

– Assim? Vá e pronto?

– Vá. Estou cansada demais para velhos refrões. Acabou.

A dor no olhar dele me fez acreditar que ele me amava, afinal.

Lívido, deu meia volta e saiu.

Bem mais simples do que eu pensava. Indolor.

Ânsia infinita de ter dez anos.

Antes da noite da despedida na capela. A dupla orfandade.

Antes, quando era só infância de mel e perfumes. O jardim de seda de Badra, mãe de Layla e Amir. A sagrada inocência entre as flores e o aroma do pão sírio.


Constelação de Ossos / Bárbara Lia / 1º Capítulo

Friday, December 02, 2011

A poesia de Bárbara Lia...




 
A poesia de Bárbara Lia quer sempre atrair o universo do sonhador para o real, para a rua, para a casa, para os amigos e para o que mais lhe pertence intimamente: filhos, amigos, amores: “guardei nas dobras da alma / os que amo e são meus” (A última chuva, p. 17) 149. E por que o real é fato nos McDonald’s da vida e no “fluxo anêmico dos carros (de luxo)” (A última chuva, p. 15), a mística busca dessa poesia é erotizar e sonhar a partir do real, com a espreita ritual da vidente na “água calêndula no ralo” que “revela”:

a forma

exata do rosto estrangeiro

e o sexo formigueiro

de prostituta de Veneza...

Espie pelas frestas do Zeppelin

dos sonhos...

Meu mundo:

Sem Florais de Bach

Feng Shui

Mantras.”

(A última chuva, p. 15).

Revelando formas de rosto e sexo pelo transe e pelos sonhos, o mundo se compõe de ausências, “sem florais de Bach / Feng Shui / Mantras”. Sem esses auxílios místicos para viver.

A realidade avistada com estranhamento significa, em poesia, colocar ao lado de um termo real outro surreal. Porque é preciso revigorar a realidade, virando o disco, tocando outra faixa. Estar atento à faixa que emerge súbita, fora do plano cotidiano é tarefa de quem avista, de repente, coisas ditas como: “andando por calçadas molhadas / -uma lâmpada grávida / estremecida de sol” (A última chuva, p. 11), “o algodoal menstrua / sangue branco / antes da primavera” (Noir, p. 31)150, “meninas nuas em camas de areia / com o pó negro de Kohl / derretendo em prazer / no olhar” (Noir, p. 41), “Como quem olha entre as frinchas de um biombo, / vi tuas mãos – lua de Isfahan” (p. 27).

Os elementos em A última chuva são líquidos e noturnos, nota-se o emprego abundante do vocábulo água, além de outros correlatos como chuva, lágrima, gota, pingos, lago, menstrua, bebe, vinho, chá, abraço líquido, vendaval molhou, enxurrada, enxágua, sede, sangram, óleos, barco. A maioria dos poemas traz essa marca indelével, a considerar a partir do próprio título do livro. A poeta prefere a água à areia, pois, dentro do silêncio quebrado pelo ritmo incômodo dos pingos de “uma torneira vazando / enlouquecendo em azul / a noite”, o tempo é marcado pelo elemento líquido que “cai em ritmo de segundos, / tatua o tempo em estilhaços líquidos”.

Além disso, a água não trai como a areia silenciosa – sub-reptícia -- “Os pingos alertam / o que a areia silencia – enganosa” (A última chuva, p. 27). A água é um símbolo a ser alcançado, na alquimia da palavra, é a fluência, a limpidez, a pureza. A poeta refaz a metáfora do tempo – areia – para água, “Com o pingar aflito do tempo – água –” (A última chuva, p. 27). Mas nesse ritual de passagem, necessita de coragem: “minha alma silenciosa / necessita de coragem / para a inevitável passagem / de grão de areia para pingo d’água.”( A última chuva, p. 27).

O elemento mágico comparece no poema Chá para as borboletas, cheiros e flores num jardim impressionista, onde a infância, recôndito dos primeiros sonhos e desejos, faz essa poesia sonhar, no mais, com a vida numa dimensão mais doce, amena, tragável:

Chá para as borboletas



Janela – espelho meu.

Fragrância de almíscar selvagem

me violenta.

Menino com aura violeta.

Jovem com juba desgrenhada.

Velocidade lenta.

Garganta do poço este túnel

cinza, onde trafego dias.

Penso na infância, sombra

dos eucaliptos, recanto secreto

onde eu servia chá às borboletas”.

(A última chuva, p. 32)





Desse jardim lírico de sonho, a visão salta para outro, tenebroso. A visão da loucura e da morte na metáfora da gaiola absurda do pássaro, um crânio branco, um vôo metafísico, que se apóia na epígrafe Nietzschiana 151, “a essência da felicidade é não ter medo”, a qual se contamina ainda em termos de insânia, quando Nietzsche escreve ou diz no manicômio: “Sejamos alegres! Eu sou deus, e fiz esta caricatura”. 152 Para Bárbara, poesia é ter a loucura bela de um Ícaro, voejar “céus de antes”.

Asas de Nietzsche

a essência da felicidade é não ter medo

(Nietzsche)



Em urdidura silenciosa

escondem o pássaro

no crânio branco

-- arapuca tétrica --

caveira fria.

Asas em valsa colorida de raios

que entram pelos olhos vazados,

e aquecem feito o fogo

as papoulas

da primeira primavera.

Asas de pluma se ferem

No osso-cárcere – sangram;

asas metafísicas

voam céus de antes.

(A última chuva, p. 19)

A metonímia das asas, frágeis, delicadas de plumas são o símbolo maior da liberdade personificada pelo pássaro e a sua quase irrestrita ação de vôo. Seu movimento é preso por algo frio, estático: o crânio-arapuca, o cárcere-gaiola; a imagem é forte: as asas do pássaro em movimento arrastado de “valsa colorida” sendo feridas nas janelas-olhos vazados. A flor símbolo é a papoula, sombria, misteriosa, fúnebre em contraste com a beleza da primavera, a bem dizer como uma recordação do funeral dessa primavera que já passou. Se as asas sangram, esbatendo-se na grade-osso do cárcere, outras asas, metafísicas, ensejam o vôo passado de outros céus.

As evocações de ritos celebratórios, de passagens, de símbolos, da hora feiticeira, do ânimo alterado pela comoção compõem atmosferas para além do real. O poeta projeta em si uma imagem de arauto de si mesmo, premonitório. A alma do poeta a tudo assiste em seu devaneio noturno; encanta-se por sua condição de vidência; celebra essa condição em um rito de passagem, à hora máxima da viragem; recorre à memória, justifica a retomada da vida, seguindo viagem compreendida apenas pelos que fazem o mesmo caminho, os poetas, visionários de sede sem fim.

À meia-noite chorarei



À meia-noite chorarei.

Porque sou poeta,

chorarei.

No sonho verei velhos amores,

pensarei no infinito finito,

e seguirei.

Vez por outra lembrarei

a voz do irmão caçula:

Esta estrela de Davi

Na palma esquerda

Significa – protegida pelos céus.

(...) sou uma maluca elegante

que bebe a vida

(...) E segue sede gritante,

mochila gasta atrelada às costas,

poesia minha bagagem

sendo apenas compreendida

pelos que fazem a mesma viagem.

(A última chuva, p. 24)

A poeta sonha com o acalanto maternal, um tempo onde havia proteção e força e, diante da inconstância dos atuais estados anímicos, preza à poeta descrever-se assim: “um dia sou cinza, / em outros, cata-vento, / e entre eclipses sazonais: / topázio.” (A última chuva, p. 36). A alma rende-se à instabilidade “sem o mel que me cobria” (o mel dos olhos de sua mãe), alternando os estados de ânimo. Antes, de posse ainda do olhar de mel de sua mãe – que a via inteira – ela era “- um cata-vento topázio eclipsando o cinza”. Por oposição ao cinza, cor da tristeza, da morbidez, o amarelo do topázio em forma semovente do cata-vento, motivado pela força natural do vento; assim se quer o sonho do “presente impossível”, ansiado, um otimismo que invalida o que é cinza, num tempo em que já não pode tê-lo mais, pois a mãe já não existe.

Em seu primeiro livro de poemas, O sorriso de Leonardo153, Bárbara Lia aviva estranhamentos quando vibra na sintonia da corda onírica, no entanto, parece haver uma divisão do sujeito lírico entre um onirismo abrupto, que surge em meio às coisas reais, conforme já mencionamos, seguido de um retorno às coisas cotidianas, da vida, dispersando a linha onírica.

Há um constante ir e vir entre o fluxo do sonho e da realidade, os fechos dos poemas são, em geral, retornos dispersivos às coisas comuns. Talvez isto se explique por uma reivindicação ideológica, expressão que quer entremear-se nos poemas, dizer a sua grita; então essa pontuação obedece seu desejo imediato de manifestar-se, em alguns casos, atenuando a força onírica que vinha sendo conferida ao poema, quebrando o melhor do vórtice onírico com sua interrupção.

Veja-se, por exemplo, o poema Mãos de abrir nuvens (O sorriso de Leonardo, pp. 6-7), título por si só sugestivo de ação surreal, onde as imagens e os atributos do visionário, daquele que “rompe o velcro de baunilha”, promovem uma combinação sinestésica visual/olfativa da ação desejante, ao unir a imagem do gesto inaugural, de certo modo violento, com a agradável sensação do aroma que se desprende do interior do que acaba de ser revelado. A surpresa do gesto decidido se revela em “espiar / Dentro a catedral / Dos sonhos / Um rito de encanto / Crianças e lagos / e mapas emaranhados”. Laços oníricos são bem definidos dentro da visão deslumbrada da poeta, pelo encantatório, o rito, um ambiente epifânico onde se descobrem imagens edênicas de “lagos e crianças”, mas o baralhamento do devaneio logo cruza à frente dessas primeiras imagens dóceis para indicar que há “mapas emaranhados”, para em seguida escrever que

A sexta avenida

Deságua no Eufrates

E as barcas cruzam

De Bagdad ao Mojave

As mãos se enlaçam

Negras brancas

Amarelas azuis.

(p. 6)

Dentro do fundamento não-racional do ver, o inusitado pode acontecer. Quando estica a linha onírica através da figuração impossível de um intermédio geográfico, isto não é uma imagem apenas, uma interpolação surreal. É o suporte da idéia social-fraternal da comunhão entre os povos do oriente e do ocidente. A cena é puramente dos sonhos, imagine-se a Sexta avenida americana “desaguando” no Eufrates, o rio bíblico. Ou então, o efeito surreal d barcas que cruzam de Bagdad ao americano deserto de Mojave. A poeta está sonhando, mas é com um território de livres, um interregno de conflitos, com a paz dos povos. A poeta acrisola a vontade social de seu poema com as imagens potentes dos sonhos, e de uma só tacada encontra o duplo sentido da palavra “sonhos”: o devaneio das imagens de algo impossível de realizar-se e o sentido do sonho como desejo, aspiração, algo que pode vir a se concretizar na realidade.

O ápice do poema poderia ser surreal, mas não resiste a entregar-se à ideologia do ecumenismo entre os povos das nações conflitantes: “As mãos se enlaçam / Negras brancas / amarelas azuis”. A mesma mão que toma parte na real ação do enlace, “abre nuvens” e responde à indagação “Quem possui mãos de abrir nuvens?”, pela metáfora na persistência de acreditar nos sonhos, de “regar pedras”, e sonhar na altura de realizar feitos extraordinários: “E pesca pássaros / Em tempestades / E ancora no alto / Da montanha mais alta / Suas caravelas.”

O pecado de não manter a tensão da linha fica patente com o desfecho do poema. O Surrealismo herdou do Romantismo a exaltação à mulher, e esta condição é reivindicada na indisfarçável intenção gênero-social, de todo feminina (feminista?), inserida no contexto social, que não se reprime nos versos finais do poema: “Mãos de mulher livre / A abrir o velcro / Da humanidade encantada”. Análogo a este, outro poema configura o início onírico e final ideológico, suspirante pelas mulheres e suas conquistas:

AVES DE ARREBENTAÇÃO

Pássaros renascentistas

Libertados por Da Vinci.

Invadem minhas pálpebras

Que meditam em silêncio

De monja e

Louvam as aves

Do terceiro milênio.

(...)

Das mulheres que venceram

O jugo secular

E cruzaram as linhas

E abriram os braços

Aves de arrebentação

A flanar entre

As azaléias púrpuras

E o grito ardente

Da libertação.

(O sorriso de Leonardo, p. 8-9)





Mas há também um lugar integral em alguns poemas, demarcado pela linha onírica. Em dois deles, salvam-se imagens aéreas, telúricas e líquidas. No primeiro,

DEUS SORRINDO NA VARANDA

O quintal de Deus é o céu.

Um paraíso em uma ilha.

Alcançaremos quando formos náufragos.

Aguaçal encoberto de dor,

nascituro rompendo em harmonia

a eternidade – Deus sorrindo na varanda.

(O sorriso de Leonardo, p. 20)

há um raciocínio silogístico, sequencial no terceto inicial, porém sua linearidade é quebrada pelo dístico sucedâneo, e a idéia de eternidade é retomada no verso final. Principalmente o dístico medianeiro é de influxo surreal, interpola as outras duas partes do poema que se relacionam diretamente.

Os dois versos abrem outra perspectiva, aparentemente alheia ao resto do poema, saem do escuro da poeta, parecendo exprimir o cerne, o melhor, como se aflorasse subitamente por uma vontade imperativa, sobrepondo-se, chamando atenção para si pela “orfandade” de sua carga vigorosa, enaltecida pelo caráter urgente de sua aparição estranha, como um gato em ninhada de coelhos; as relações que podem se estabelecer são variadas, conforme uma interpretação do inconsciente; “nascituro rompendo em harmonia” é um verso bastante deslocado do resto do corpo do poema, mas isso de um ponto de vista pragmático, objetivo, plástico até; pode-se, por exemplo, tentar relacionar “harmonia” com “paraíso”, “Deus” “eternidade’ ou mesmo com uma “varanda” onde tudo é harmonioso pela presença divina que sorri; “nascituro” pode nos levar a pensar em uma outra vida, para a qual se nasce, no “céu”, no “paraíso”, para “Deus”; também se considerarmos a passagem desta vida para outra, onde se chega no paraíso, o “nascituro” compara-se à trajetória de um “náufrago” em seu alcance desesperado, como se nascesse de novo, como se se salvasse; já “Aguaçal encoberto de dor” retoma diretamente a porção líquida que dialoga com “ilha” e “náufragos”.

No segundo,

BEM-TE-VI



Ramagem arranha a minha janela.

Sonho: Aeroporto fantasma.

Espíritos náufragos do Titanic.

Ku Klux Kan ateando fogo ao enforcado.

Seqüência horripilante:

A mulher sem olhos na cama,

entre lençóis úmidos de chuva.

Acordo com o bem-te-vi

na manhã de sol.

na mesma paisagem.

(O sorriso de Leonardo, p. 21)

existe o sonho declarado, ainda mais seu conteúdo. Um horror maior, digno de um thriller de terror, entre todos os horrores presentificados no sonho, o de se ver “na mesma paisagem”, acordada por um aziago bem-te-vi (como não lembrar aqui do corvo de Poe?). O sonho dentro do sono entrando vida adentro, quando se acorda. As cenas de violência lembram o anti-herói Lautréamoniano, Maldoror, em seus desiderativos criminosos do enforcado e da menina violentada154.

Pequeno Fragmento que fala sobre a minha obra poética na monografia - DUAS TENDÊNCIAS DA NOVÍSSIMA POESIA CURITIBANA NO ALVORECER DO SÉCULO XXI - Márcio Davie Claudino da Cruz – Monografia – Curso de Letras – Português – UFPR – 2007 –– Prof. Orientador - Dr. Edison José da Costa – 12 Poetas curitibanos em duas vertentes: onírica e de expressão vital. Este texto está publicado no site da SEED _ PR.

Lessons in Love’s Season

Cortar ao meio
a gota d’água
com uma adaga.

Cortar meus medos
com teu olhar
-canção de folhas-

Amar quem ama
Orwel e brownie
com igual ternura,

e lê pensamentos
tornando-os vivos:
Cenas no Café Express.

Lessons in love’s season
of a Jewish boy,
who I love.

Bárbara Lia
 
poesia publicada na Revista Beatriz, nº 7

La nave va...

Um dedo de prosa

  Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...